O hino Marcha Real, da Espanha, é um dos raros em que se executa apenas a música. As letras para ele feitas não foram adotadas pela população.
O hino da Bulgária, Mila Rodino
(Querida Pátria), uma das exceções à maioria, com apenas uma estrofe, contém
em um dos seus oito versos a síntese de toda a composição: “É o paraíso na
terra”. Na mesma situação está Kimi ga Yo,
hino do Japão de apenas cinco versos —
considerado como o hino mais curto do mundo —, que se refere ao seu imperador.
Apesar de ser avesso à ideia de se resolver desavenças entre povos e
entre concidadãos pela violência ou intimidação de armas, compreendo que o ser
humano ainda não alcançou o grau de elevação espiritual e social que lhe
permita perceber e eliminar dos símbolos sagrados de sua pátria qualquer
referência a ações condenáveis. Conformo-me, também, que ele seja possuído por
um enganoso sentimento de aceitação da violência e da intimidação, veiculada
por qualquer mídia, quando se é do lado vitorioso.
A segurança da pátria deve ser mantida, obviamente. É desejável, na época em que vivemos, que haja
jovens, homens e mulheres corajosos e dedicados , treinados por elementos
qualificados, para defendê-la com unhas e dentes, dispostos até à própria
morte. Apenas, não se deve dar destaque a qualquer forma de comunicação que,
explícita ou implicitamente, exalte a violência, seja contra povos ou nações,
seja entre indivíduos..
Mas o grau de elevação moral e social das pessoas pode ser melhorado até um
ponto de evolução que tornará a Terra em um mundo único, em uma comunidade
universal em que todos se considerarão realmente irmãos, sem fronteiras, preferindo
lutar — no sentido da palavra
que significa trabalhar —
para diminuir as gigantescas diferenças de todas as espécies existentes entre
as nações terrestres.
Creio que os congressos nacionais, compostos de senadores e deputados, quando
for o caso, têm poderes suficientes para tornar os respectivos hinos mais amenos,
retirando deles qualquer referência à violência, tornando-os mais representativos das boas
qualidades de cada nação e arautos das melhores aspirações de seu povo.
Em verdade, com relação às letras de um considerável número de hinos
nacionais, poderia entender-se parte do seu conteúdo como adesão, mesmo que inconsciente,
à versão atual da locução latina de Túlio Flávio Vegécio Renato, escritor
romano do século IV d. C., mais citado como Flávio Vegécio:
“Si vis pacem, para bellum..” (Se queres a paz, prepara a guerra.)
F I M
* Nota: Ver, na
Internet, “Hinos Nacionais”, no saite Wikipédia.com.
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